Salmo 32:8-9
“Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio, ou não virão a ti.”
Fui criado pela minha avó, chamada por todos de Dona Delmira. Ela era uma pessoa simples, analfabeta, mas com uma sabedoria obtida pelo sofrimentos dos anos. Ela me criou lavando roupa para os outros. Foi ela quem me levou para igreja desde criancinha. Devo muito do que sou hoje ao exemplo de vida que ela me deu.
Me lembro claramente que quando eu “aprontava uma arte”, bastava um olhar dela para que eu me sentisse repreendido. Em um único olhar havia comunicação. Em apenas uma olhada eu sabia que eu a havia desagradado em algo. E isso para mim era mais do que suficiente, na maioria das vezes. Da mesma forma eu sabia quando ela estava alegre e satisfeita com algo, mesmo sem palavras, apenas com o olhar.
Mas se ela lançasse esse mesmo olhar para outra criança provavelmente não surtiria o mesmo efeito. Qual o motivo? Simples: Eu a conhecia. Eu convivia com ela. Ela era a minha avó. Só a intimidade pode te dar condições de interpretar o olhar de outra pessoa. Funciona assim hoje com minha esposa. Funciona assim com alguns poucos amigos mais íntimos. Alegria, preocupação, receio, tristeza. Sentimentos que para outros passariam despercebidos são rapidamente captados por quem se tem intimidade.
O versículo acima fala exatamente disto: Deus quer “nos guiar pelos olhos”. Mas isto só é possível se mantivermos um estreito e íntimo relacionamento com ele. Só desta maneira podemos cultivar a sensibilidade para sentir o olhar de Deus, e não apenas sentir, mas recebermos orientação desse olhar. Caso contrário, mesmo com o olhar de Deus, seremos ignorantes da sua vontade e direção.
Uma coisa interessante acontece com pessoas que convivem muito tempo juntas: elas começam a se comportar de modo igual, a falar de modo semelhante, se vestem do mesmo modo e, em alguns casos, começamos a perceber até mesmo uma semelhança física entre elas. Provérbios 18:24 diz que “há amigo mais chegado do que um irmão”. Pelas Escrituras percebemos que esse sempre foi o alvo de Deus para o homem: Comunhão e relacionamento íntimos, por meio dos quais Deus poderia achar um povo que, por meio dessa comunhão, estabelecesse seu Reino aqui na Terra.
Para você pensar: Você tem colocado como prioridade em sua vida a criação de uma intensa intimidade com Deus? Será que se Deus lançasse um olhar para você hoje, você saberia interpretar o seu desejo?
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