Daniel 10:1-21 - UM ANJO PODEROSO É ENVIADO A DANIEL PARA QUE ELE ENTENDESSE A VISÃO.


Como já dissemos, estamos estudando o livro de Daniel que basicamente se divide um duas partes principais, as suas narrativas, até o capítulo 6 – já vista - e as suas visões, do 7 ao 12.
Continuaremos vendo agora as suas visões. Ressaltamos que as histórias de Daniel e de seus amigos ilustram a fidelidade deles a Deus e a supremacia de Deus sobre todas as nações.
Parte II - AS VISÕES (7.1-12.13) – continuação.
Como também já dissemos, as visões de Daniel descrevem o futuro do povo de Deus olhando para além dos anos de exílio. Deus revelou a Daniel que quatro grandes impérios controlariam Israel e perseguiriam os israelitas. Nesses capítulos, Daniel muda das narrativas históricas para os relatos das visões.
Essas visões dependem dos dois temas centrais estabelecidos nos primeiros seis capítulos do livro:
ü  O Deus de Israel estava no controle de todas as nações.
ü  Daniel era digno de confiança como um intransigente profeta de Deus.
Esses capítulos preparam um Israel exilado para a longa espera pela restauração e para as dificuldades que viriam sob o controle de poderes estrangeiros.
Elas encorajam também o povo de Deus a não desistir da esperança de que o reino de Deus viria ao término dessas aflições.
Daniel mencionou quatro tópicos principais:
ü  Os quatro animais (7.1-28) – já vimos.
ü  Um carneiro e um bode (8.1-27) – já vimos.
ü  As "setenta semanas" (9.1-27) – já vimos.
ü  O futuro do povo de Deus (10.1-12.13) – veremos agora..
Esta segunda parte, ressaltamos, foi dividida, seguindo a estruturação da BEG, em quatro seções: A. A visão dos quatro animais (7.1-28) – já vista; B. A visão de um carneiro e um bode (8.1-27) – já vimos; C. A visão das setenta semanas (9.1-27) – já vimos; e, D. A visão sobre o futuro do povo de Deus (10.1-12.13) – veremos agora.
D. A visão sobre o futuro do povo de Deus (10.1-12.13).
Veremos do capítulo 10 ao 12, concluindo o livro de Daniel, a visão do futuro do povo de Deus.
O profeta volta a sua atenção para uma visão final e longa que focaliza o reinado de Antíoco IV Epífanes e olha também para além desse reino.
Esse material se divide em quatro seções principais, conforme já citado acima: 1. A mensagem do anjo para Daniel (10.1-11.1) – começaremos agora; 2. De Daniel até Antíoco IV Epífanes (11.2-20); 3. O governo de Antíoco IV Epífanes (11.21-12.3); e, 4. A mensagem final a Daniel (12.4-13).
1. A mensagem do anjo para Daniel (10.1-11.1).
Até o primeiro versículo do próximo capítulo, estaremos vendo a mensagem do anjo para Daniel. Daniel foi preparado por um ser angélico para receber a visão relativa a "dias ainda distantes" (10.14).
Foi no terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, por volta de 537 a.C., que foi revelada a Daniel uma palavra – palavra verdadeira – relacionada a um grande conflito, o qual Daniel, à época, entendeu a palavra e a visão, obviamente de forma parcial, uma vez que ele era um cidadão de uma época bem distante.
Nesse tempo, nos esclarece o nosso guia, a BEG, que os exilados repatriados estavam de volta na Terra Prometida para reconstruir o templo (Ed 1.1-4; 3.8), mas logo teriam de abandonar a reconstrução (Ed 4.24).
Foram naqueles dias que Daniel ficou pranteando por 21 dias ou 3 semanas (3 x 7) nas quais teve um propósito em jejum:
·         Nenhuma coisa desejável comeu.
·         Nem carne nem vinho entraram em sua boca.
·         Nem se ungiu com unguento.
Provavelmente o pranto de Daniel foi causado pelo estado de Jerusalém (Ne 1.4; Is 61.3-4; 68.8-12; 66.10).
Assim foi com ele até que no dia 24 do primeiro mês estando ele à borda do grande rio Tigre, levantou os seus olhos e viu um homem vestido de linho com seus lombos cingidos com ouro fino de Ufaz. Esses vs. 5-6 dão uma visão detalhada de um anjo, talvez Gabriel (9.21) ou aquele que falou por Gabriel (8.16).
A aparência dele era semelhante à da glória do Senhor (Ez 1.26-28; Ap 1.12-16). Para outras referências a anjos, podemos ver em Jz 13.6; Ez 9.2-3; 10.2; Lc 24.4. Reparemos melhor em sua aparência incrível:
·         Vestido de linho.
·         Lombos cingidos com ouro fino de Ufaz.
·         Corpo era como o berilo.
·         Rosto como um relâmpago.
·         Olhos eram como tochas de fogo.
·         Braços e pés como o brilho de bronze polido.
·         Voz das suas palavras como a voz duma multidão.
Daniel não resistiu e sobre ele sobre todos os que estavam ali caiu grande temor. - vs. 7; Is 6.5; Lc 5.8. Daniel viu, mas os que estavam ali com ele nada viram, mas sentiram e se esconderam.
Aquelas palavras de oração de Daniel foram ouvidas e, por causa delas é que aquele ser fantástico veio até ele, em obediência a Deus. A visão e a revelação recebidas por Daniel vieram como resposta direta às suas orações.
Por causa da visão, Daniel perdeu as suas forças e desfigurou-se o seu rosto, mas ainda assim podia ouvir a voz dele, mas Daniel caiu em profundo sono, com o rosto em terra, de tão cansado, exausto.
Naquele momento uma mão o tocou e ela fez com que ele se levantasse, mas tremia e seus joelhos batiam um no outro. Apoiando em seu joelho e com as palmas das suas mãos, reuniu forças para se levantar.
E o anjo lhe disse que ele era muito amado e que era para ele entender e levantar-se sobre os seus pés, pois que ele, o anjo, lhe era enviado.
Daniel reagiu a sua fala e conseguiu pôr-se de pé, com dificuldades e ainda tremendo.
O anjo volta a lhe falar e explicar as coisas. Ele começa dizendo que desde o primeiro dia, dos vinte e um, ele foi enviado a Daniel. Chama atenção o fato de que Daniel aplicou seu coração a compreender e a se humilhar perante Deus e foi por isso que foram ouvidas as suas palavras e por causa das palavras dele é que o anjo tinha vindo.
No entanto, houve problemas no caminho do anjo, pois o príncipe da Pérsia o resistiu e isso por vinte e um dias! Se aquele anjo pode ser resistido, imaginem quem se lhe opôs e ainda por vinte e um dias. Nem dá para imaginar tamanhos confrontos angelicais. Este anjo teve de receber ajuda de outro anjo, chamado de príncipe, um dos primeiros, que veio ajudá-lo. Seu nome Miguel.
No contexto fica aparente que esse príncipe que resistiu ao anjo por vinte e um dias se refere a um ser espiritual poderoso, mas maligno (cf. Jó 1.6-12; SI 82; Is 24.21; Lc 11.14-26), designado por Satanás para agir no interesse do governo persa.
Do mesmo modo, o arcanjo Miguel é chamado "o grande príncipe, o defensor" de Israel (12.1).
Em outras ocasiões no Antigo Testamento os exércitos do céu são mencionados como lutando por Israel (Jz 5.20; 2Rs 6.15-18; SI 103.20-21). Miguel é retratado como comandante dos santos anjos em Jd 9 e em Ap 12.7.
Aqui temos um vislumbre das batalhas espirituais travadas no céu e que afetam os acontecimentos sobre a terra (Ef 6.12; Ap 12.7-9).
O fato era que aquele anjo vinha fazer entender o que haveria de suceder ao povo de Israel nos derradeiros dias, pois a visão era para muitos dias à frente. Ao falar ele com Daniel aquelas palavras, Daniel abaixou o seu rosto para terra e emudeceu. Fugiram-se as palavras de sua boca!
Nesse interim, surge um ser que tinha a semelhança dos filhos dos homens e tocou nos lábios de Daniel e ele pode abrir a sua boca e falar. Pode dizer àquele que estava diante dele que por causa da visão é que lhe sobreveio muitas dores e ele se encontrava extenuado e não podia, nem conseguia falar, nem ouvir dele coisa alguma, uma vez que lhe faltavam forças e mesmo fôlego.
Novamente aquele ser, provavelmente o mesmo que o tocou no início, o que tinha a semelhança de filho dos homens, tocou novamente nele, em Daniel e conseguiu consolá-lo. Ele disse para ele algo incrível

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