Estamos na décima segunda parte, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 29.
XII. A SEVERIDADE E DURAÇÃO DO EXÍLIO (25.1-29.32) - continuação.
Como já dissemos, aqui, nesta parte, Jeremias prenunciou um exílio longo de setenta anos como punição pelo seu pecado persistente e adverte que a destruição seria quase total, uma ideia rejeitada pelos falsos profetas. Sua mensagem continua sofrendo a oposição dos falsos profetas, dos sacerdotes e do povo (26.1-29.32).
Também dividimos esta parte XII, em 5 seções para facilitar nossa compreensão do assunto: A. A predição de setenta anos de exílio (25.1-38) – já vista; B. A reação à predição do exílio (26.1-24) – já vista; C. A rejeição das falsas profecias (27.1-22) – já vimos; D. O confronto com Hananias (28.1-17) – já vimos; E. Uma carta aos exilados sobre falsas profecias (29.1-32) – veremos e concluiremos agora.
E. Uma carta aos exilados sobre falsas profecias (29.1-32).
Temos aqui neste capítulo, uma carta aos exilados sobre as falsas profecias. Esses versículos resumem uma carta enviada por Jeremias aos judaítas no exílio. Ele os incentiva a aceitar o longo exílio como o castigo justo de Deus contra a nação, pois, com isso, estariam prontos para a restauração vindoura. Ou seja, aquela seria a geração que pagaria as contas e deveria pagá-la com alegria e esperança, pois somente assim garantiriam um retorno mais rápido.
O público alvo da carta enviada de Jerusalém por Jeremias era bem extenso e abrangia praticamente todos os exilados: anciãos, sacerdotes, profetas e todo o povo. A carta também fora enviada sem demora, assim que eles foram para o cativeiro.
A carta seguiu por mãos de Elasa, filho de Safã. Possivelmente, era da mesma família que simpatizava com Jeremias (26.24). Fora o próprio rei Zedequias que o tinha enviado a Nabucodonosor. Embora o propósito desse envio não seja mencionado, pode-se supor que era mantido algum tipo de contato regular entre Jerusalém e a Babilônia (51.59).
A carta também era profética e falada em nome do Senhor, pois ela começava com “Assim diz o SENHOR”. Como as profecias faladas, a carta também era palavra de Deus. A Bíblia de Estudo de Genebra – BEG – que está nos servindo de referência e apoio com seus comentários, possui um artigo teológico "As Escrituras como revelação", em Jr 29, muito interessante ao qual reproduzimos ao final de nossas reflexões.
A instrução era clara e simples e estranha para eles que estavam cativos, mas era o que o Senhor queria. Ele dizia para eles edificarem casas e habitarem nelas. Tomarem mulheres e gerarem filhos, multiplicarem-se e não diminuírem. Eram, de fato e de verdade, atos de compromisso com sua nova vida, demonstrando desse modo a aceitação da decisão do Senhor e reconhecendo a justiça desse longo período de exílio (Ez 8 1).
No verso 7, nos chama a atenção ao tríplice apelo da paz. O termo hebraico é sempre shalom (6.14). A falsa paz prometida levianamente (8.11) daria lugar à verdadeira paz (cf. Jn 14.27). Essa instrução exemplifica a maneira como os cristãos devem agir em relação às nações do mundo em que vivem. Na verdade somos estrangeiros em terra estranha, apenas esperando o momento de nossa redenção.
Eles deveriam nesse lugar buscarem a paz da cidade e orarem por por ela, pois a paz da cidade seria a paz deles. A bênção do Senhor pode ser concedida a qualquer nação mediante a oração e os atos do seu povo (p. ex., Abraão - Gn 20.17; José - Gn 37-50; e Daniel - Dn 1-6).
Os falsos profetas em Jerusalém afirmavam que os problemas causados pela Babilônia logo chegariam ao fim (p. ex., 28.2-4), mas esses eram profetas, adivinhos, que falsamente profetizavam.
Jeremias volta a falar do prazo de duração do exílio e diz que em setenta anos tudo terá passado. Uma geração inteira passaria, a do exílio!
Os versos de 11 ao 14 trazem à memória as palavras de Dt 30.3-5 (que é semelhante a Dt 4.29-30). A medida da compaixão de Deus na restauração, seria a medida de sua ira no exílio. Essa expectativa de uma restauração extremamente abençoada fundamenta a esperança neotestamentária de que as bênçãos do reino consumado de Cristo excederão em muito as bênçãos concedidas no AT.
Os planos e os projetos de Deus nunca foram de ruína para o seu povo, mas como ele mesmo diz, de paz para assim dar-lhes um futuro e com ele esperanças – vs. 11. O que na verdade estava ocorrendo era um grande ato da graça e da misericórdia de Deus sobre todo o povo rebelde e desobediente de Deus.
Apesar deles, a porta da invocação ainda estava aberta e bastaria que invocassem a Deus, que prontamente, os ouviria. Se o buscassem de todo coração, ele mesmo prometia que se deixaria achar por eles – vs. 13.
O castigo do exílio era a boa surra do papai e da mamãe que disciplina os seus filhos com amor no caminho em que devem andar para que ao crescerem não se desviem dele – Pv 22:6.
Essa frase do vs. 14 de que faria mudar a sorte deles, indica a restauração do relacionamento entre o Senhor e o seu povo. É típica do "livro de consolação" de Jeremias (caps. 33-36). Outras referências bíblicas: 30.3,18; 31.23; 32.44; 33.7,11,26; 48.47; 49.6,39.
Deus promete trazê-los de volta dentro do seu tempo, após cumprirem os seus planos e propósitos.
Apesar de ser um títere dos babilônios, Zedequias ainda reinava em Jerusalém e talvez fosse o objeto de falsas esperanças dos exilados, por isso que Jeremias falou a ele no verso 17 de que enviaria ali o tríplice terror de Deus: a espada, a fome e a peste para fazer deles como os figos ruins que não se pode comer de tão ruins – 24.8.
Há uma repetição do tríplice juízo de Deus no verso 18. No verso 17, ele os enviaria e no 18, os perseguiriam a tal ponto de se tornarem espetáculo de terror para todos os lados e ainda como motivo de execração, de espanto, de assobio e de opróbrio entre todas as nações para onde os haveria de lançar.
Ainda assim, não deram ouvidos, como de praxe, justamente para o juízo vir mesmo sem misericórdias. Zedequias e os que ficaram em Jerusalém seriam ainda mais castigados porque não haviam aprendido a lição ensinada pelas tribulações nas mãos dos babilônios. Eles recusaram arrepender-se do pecado e voltar-se para o Senhor em busca de socorro.
No vs. 19, está claro o fato de que não escutaram, isto é, fizeram pouco caso das advertências proféticas. Os exilados aos quais Jeremias escreve estavam na mesma situação que os judaítas que haviam permanecido na terra. Nenhum dos grupos havia entendido a necessidade de arrependimento total
Ainda mais uma vez no v. 20, o apelo para que ouvissem e se arrependessem, mas como já disse a palavra pregada que encontra corações de barro, somente faz endurecer mais ainda, para que o juízo venha com todas as suas forças.
Acabe, filho de Colaías e de Zedequias, e de Manassés, profetizava falsamente em nome do Senhor, por isso todos seriam exilados por causa deles e ainda seria formulada uma maldição – vs. 22. O julgamento de Deus contra Zedequias e Jerusalém seria tão grande que seria usado como o padrão do que uma pessoa amaldiçoada experimentaria no fogo. Um método babilônico de execução (veja Dn 3.6).
Eram tão terríveis e malignos que insensatamente – vs. 23 - se prostituiam e depois diziam que eram do Senhor e profetizavam.
Jeremias se opõe abertamente a esse falso profeta – vs. 24, Semaías, o neelamita -  que estava no meio dos exilados. Ele fez semelhantemente a Jeremias cartas em seu próprio nome ao povo que estava em Jerusalém, como também a Sofonias, filho de Maaséias, o sacerdote, e a todos os sacerdotes dizendo que ele tinha sido colocado no lugar de Jeoiada, o sacerdote, para ser o encarregado da casa do Senhor e que, portanto, deveria ter lançado em prisão e no tronco o profeta Jeremias, o anatotita, que falara do exílio que haveria de durar muito. Durariam os setenta anos especificados em 25.11-12; 29.10 e que, portanto, era para edificarem casas e plantarem pomares. Semaías cita a carta de Jeremias (vs. 5).
Jr 29:1 Ora, são estas as palavras da carta que Jeremias, o profeta,
                enviou de Jerusalém, aos que restavam dos anciãos do cativeiro,
                               como também aos sacerdotes, e aos profetas, e a todo o povo,
                                               que Nabucodonosor levara cativos de Jerusalém
                                                               para Babilônia,
                Jr 29:2 depois de terem saído de Jerusalém o rei Jeconias,
                               e a rainha-mãe, e os eunucos, e os príncipes de Judá
                                               e Jerusalém e os artífices e os ferreiros.
                Jr 29:3 Veio por mão de Elasa, filho de Safã, e de Gemarias,
                               filho de Hilquias, os quais Zedequias, rei de Judá,
                                               enviou a Babilônia, a Nabucodonosor,
                                               rei de Babilônia; eis as palavras da carta:
Jr 29:4 Assim diz o Senhor dos exércitos,
                o Deus de Israel, a todos os do cativeiro,
                               que eu fiz levar cativos de Jerusalém para Babilônia:
                Jr 29:5 Edificai casas e habitai-as;
                               plantai jardins,
                                               e comei o seu fruto.
                Jr 29:6 Tomai mulheres e gerai filhos e filhas;
                               também tomai mulheres para vossos filhos,
                                               e dai vossas filhas a maridos,
                                                               para que tenham filhos e filhas;
                                               assim multiplicai-vos ali, e não vos diminuais.
                Jr 29:7 E procurai a paz da cidade,
                               para a qual fiz que fôsseis levados cativos,
                                               e orai por ela ao Senhor:
                                                               porque na sua paz vós tereis paz.
Jr 29:8 Pois assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel:
                Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós,
                               nem os vossos adivinhadores;
                               nem deis ouvidos aos vossos sonhos, que vós sonhais;
                Jr 29:9 porque eles vos profetizam falsamente em meu nome;
                                não os enviei, diz o Senhor.
Jr 29:10 Porque assim diz o Senhor:
                Certamente que passados setenta anos em Babilônia,
                               eu vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra,
                                               tornando a trazer-vos a este lugar.
                Jr 29:11 Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós,
                               diz o Senhor; planos de paz, e não de mal,
                                               para vos dar um futuro e uma esperança.
                Jr 29:12 Então me invocareis, e ireis e orareis a mim,
                               e eu vos ouvirei.
                Jr 29:13 Buscar-me-eis, e me achareis,
                               quando me buscardes de todo o vosso coração.
                Jr 29:14 E serei achado de vós, diz o Senhor,
                               e farei voltar os vossos cativos,
                                               e congregarvos-ei de todas as nações,
                                                               e de todos os lugares para onde vos lancei,
                                                                              diz o Senhor;
                               e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei.
                Jr 29:15 Porque dizeis:
                               O Senhor nos levantou profetas em Babilônia;
                Jr 29:16 portanto assim diz o Senhor a respeito do rei
                               que se assenta no trono de Davi, e de todo o povo que habita
                                               nesta cidade, vossos irmãos,
                                                               que não saíram convosco para o cativeiro;
                               Jr 29:17 assim diz o Senhor dos exércitos:
                                               Eis que enviarei entre eles a espada, a fome e a peste
                                                               e fá-los-ei como a figos péssimos,
                                                               que não se podem comer, de ruins que são.
                Jr 29:18 E persegui-los-ei com a espada, com a fome e com a peste;
                               farei que sejam um espetáculo de terror para todos
                                               os reinos da terra, e para serem um motivo
                                               de execração, de espanto, de assobio, e de opróbrio
                                               entre todas as nações para onde os tiver lançado,
                Jr 29:19 porque não deram ouvidos às minhas palavras, diz o Senhor,
                               as quais lhes enviei com insistência pelos meus servos,
                                               os profetas; mas vós não escutastes, diz o Senhor.
                Jr 29:20 Ouvi, pois, a palavra do Senhor, vós todos os do cativeiro
                               que enviei de Jerusalém para Babilônia.
                Jr 29:21 Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel,
                               acerca de Acabe, filho de Colaías, e de Zedequias,
                                               filho de Maaséias, que vos profetizam falsamente
                                                               em meu nome:
                               Eis que os entregarei na mão de Nabucodonosor,
                                               rei de Babilônia, e ele os matará diante
                                                               dos vossos olhos.
                Jr 29:22 E por causa deles será formulada uma maldição
                               por todos os exilados de Judá que estão em Babilônia,                          
                                               dizendo:
                               O Senhor te faça como a Zedequias,
                               e como a Acabe, os quais o rei de Babilônia assou no fogo;
                Jr 29:23 porque fizeram insensatez em Israel,
                               cometendo adultério com as mulheres de seus próximos,
                                               e anunciando falsamente em meu nome palavras que
                                                               não lhes mandei.
                                               Eu o sei, e sou testemunha disso, diz o Senhor.
                Jr 29:24 E a Semaías, o neelamita, falarás, dizendo:
                               Jr 29:25 Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel:
                               Porquanto enviaste em teu próprio nome cartas a todo o povo
                                               que está em Jerusalém, como também a Sofonias,
                                                               filho de Maaséias, o sacerdote,
                                                                              e a todos os sacerdotes, dizendo:
                Jr 29:26 O Senhor te pôs por sacerdote em lugar de Jeoiada,
                               o sacerdote, para que fosses encarregado da casa do Senhor,
                                               sobre todo homem obsesso que profetiza,
                                                               para o lançares na prisão e no tronco;
                Jr 29:27 agora, pois, por que não repreendeste a Jeremias,
                               o anatotita, que vos profetiza?
                Jr 29:28 Pois que até nos mandou dizer em Babilônia:
                               O cativeiro muito há de durar; edificai casas, e habitai-as;
                                               e plantai jardins, e comei do seu fruto.
                Jr 29:29:29 E lera Sofonias, o sacerdote,
                               esta carta aos ouvidos de Jeremias, o profeta.
                Jr 29:30 Então veio a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo:
                               Jr 29:31 Manda a todos os do cativeiro, dizendo:
                                               Assim diz o Senhor acerca de Semaías, o neelamita:
                                                               Porquanto Semaías vos profetizou,
                                                                              quando eu não o enviei,
                                                                              e vos fez confiar numa mentira,
                Jr 29:32 portanto assim diz o Senhor:
                               Eis que castigarei a Semaías, o neelamita,
                                               e a sua descendência; ele não terá varão que habite
                                               entre este povo, nem verá ele o bem que hei de fazer
                                                               ao meu povo, diz o Senhor, porque pregou
                                                                              rebelião contra o Senhor.
No verso 29, temos que Sofonias, o sacerdote, leu esta carta aos ouvidos de Jeremias, o profeta, mas ai vem a palavra do Senhor para Jeremias repreendendo veementemente a Semaías como tendo sido falso profeta e feito com que lhe dessem crédito, o que não teria o Senhor pedido isso.
Comparando-se as ameaças feitas a Semaías com as feitas a Hananias (28.15-16), veremos que terrível coisa é pregar rebelião contra o Senhor. Ele não veria o bem que o Senhor haveria de fazer. Uma justiça irônica para quem anunciou o "bem" de maneira precipitada e sem conhecer a mente do Senhor.
As Escrituras como revelação: A Bíblia é a Palavra de Deus?
A teologia reformada enfatiza que Deus é transcendente sobre a sua criação. Sua transcendência cria uma distância tal entre ele e a humanidade que só podemos conhecer a Deus se ele condescender em se revelar a nós, o que ele faz de várias maneiras, tanto mediante os aspectos típicos da criação (revelação geral) quanto por meio de interações providenciais com o seu povo como seus profetas e apóstolos investidos de autoridade que escreveram as Escrituras (revelação especial). A teologia reformada procura fundamentar-se inteiramente na revelação que Deus fez de si mesmo, e não em especulações humanas acerca de Deus, e confia somente nas Escrituras como o único padrão infalível pelo qual toda revelação deve ser julgada.
Outros livros, especialmente textos antigos associados a Israel, são de grande valor para os cristãos. Ainda assim, desde o seu início, a teologia reformada aceitou os sessenta e seis livros da Bíblia como único registro, interpretação e explicação absolutamente inquestionável da autorrevelação de Deus. Logo, chamamos esse conjunto de livros que constituem a Bíblia de cânon (que significa "medida" ou "padrão").
Num sentido, as Escrituras são o testemunho fiel de pes-soas piedosas acerca do Deus que amaram e serviram. Num outro sentido, porém, são a revelação que o próprio Deus fez de si mesmo mediante a inspiração do Espírito Santo (2Tm 3.16). A igreja chama esses escritos de Palavra de Deus porque, em última análise, o seu autor é o próprio Deus.
A crença na revelação divina na forma escrita já existia nas práticas de sacerdotes do antigo Oriente Próximo que registravam as palavras dos deuses por escrito. Em Israel, a revelação escrita teve início, se não antes, na ocasião em que Deus gravou os Dez Mandamentos em tábuas de pedra e inspirou Moisés a escrever as leis e a história dos cinco pri-meiros livros da Bíblia (Êx 32.15-16; 34.1,27-28; Nm 33.2; Dt 31.9).
A verdadeira devoção em Israel sempre teve como elemento central a prática da revelação escrita na vida diária, tanto para líderes quanto para o povo em geral (Js 1.7-8; 2Rs 17.13; 22.8-13, 1Cr 22.12-13, Ne 8; SI 119). Esse mesmo princípio de que a vida toda deve ser governada pelas Escrituras norteia o Cristianismo de hoje.
Os cristãos acreditam que a Bíblia é a Palavra de Deus por vários motivos (CFW 1.5). Uma corroboração essencial para essa afirmação é o testemunho de Cristo e de seus apóstolos. Nosso conhecimento acerca de Cristo e seus apóstolos é proveniente da Bíblia, mas eles também deram testemunho da autoridade das Escrituras. Jesus considera-va a Bíblia de sua época (correspondente ao nosso Antigo Testamento) a instrução escrita de seu Pai celestial que ele devia obedecer (Mt 4.4,7,10; 5.17-20; 19.4-6; 26.31,52-54; Lc 4.16-21; 16.17; 18.31-33, 22 37; 24.25-27,45-47; Jo 10.35) e cumprir (Mt 26.24; Jo 5.46). Paulo descreve o Antigo Testamento como sendo inteiramente "inspirado por Deus" e escrito com o propósito de ensinar a fé cristã (2Tm 3.15-17; veja também Rm 15 4; 1Co 10.11). Pedro afirma a origem dos ensinamentos bíblicos em 1 Pe 1 .1 0-1 2 e 2Pe 1.21, e o escritor de Hebreus cita o Antigo Testamento de maneiras que evidenciam a sua autoridade (Hb 1.5-13; 3.7; 4.3; 10.5-7,15-17; cf. At 4.25; 28.25-27).
Uma vez que o ensino dos apóstolos a respeito de Cristo é a verdade revelada (1 Co 2.12-13), a igreja está cor-reta ao considerar que os ensinamentos apostólicos reuni-dos no Antigo Testamento completam as Escrituras. Pedro coloca as epístolas de Paulo no mesmo nível que o restante das Escrituras (2Pe 3.15-16) e Paulo cita o Evangelho de Lucas como parte das Escrituras em 1 Tm 5.18 (Lc 10.7).
As palavras das Escrituras são palavras de Deus. Assim, todo o seu conteúdo variado — histórias, profecias, poe-mas, cânticos, textos sapienciais, sermões, estatísticas, epís-tolas, etc. — deve ser recebido como sendo proveniente de Deus e tudo o que os escritores bíblicos ensinaram deve ser reverenciado como instrução que tem autoridade divina. Essa convicção é o foco da doutrina reformada Sola Scriptura (Somente as Escrituras), a crença de que a Bíblia é a única revelação absoluta, inquestionável e com autoridade para o povo de Deus Os cristãos devem ser gratos a Deus pela dádiva de sua Palavra escrita e atentar para a impor ância de basear a sua fé e a sua vida nessa verdade.

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