Valorizando as novas Gerações (Juízes 2:6-12)
(Mensagem Proferida no Encerramento do Congresso de Familias da PIB Itaim Pta 05/2013)
Introdução: Este é o tema da CBB para o ano de 2013. É um tema muito oportuno que pode abranger diversas áreas: Igreja, famílias, Missões  etc.
Este texto de Juízes é bastante significativo em relação a esse tema. Ele traz uma triste realidade depois da geração vitoriosa de Josué e seus filhos, surge uma geração que não conhecia o Senhor nem seus feitos. Esta geração abandonou o Senhor e abraçou os deuses pagãos dos demais povos, de maneira que o resultado  foi a deterioração moral e espiritual de toda a nação provocando a ira e o juízo de Deus sobre eles.
A primeira geração serviu a Deus, foi testemunha dos seus feitos poderosos, era espiritual e compromissada com o Senhor; A segunda geração, porém já não foi testemunha, apenas ouviu falar a respeito dos feitos de Deus, mas não tiveram experiências com o Senhor, era a geração morna, carnal e nominal e o resultado foi uma geração em crise, natural que não conhecia a Deus nem os seus feitos!
Infelizmente, isto não é um fato isolado e incomum. Se pegarmos a historia de Israel veremos Reis que promoveram grandes mudanças Espirituais em seus reinados, mas que não tiveram continuidade porque seus filhos colocaram tudo a perder. Se observarmos também a história recente da Igreja vamos notar que muitas gerações que viveram avivamentos extraordinários foram sucedidas de gerações sem o mínimo fervor espiritual. Entendo que a razão porque infelizmente isto acontece tem muito a ver com o que enxergamos neste texto. Eles falharam no investimento e na valorização da próxima geração e isto custou muito caro trazendo consequências desastrosas que perduraram por muitos anos.

Nesta noite eu quero enfatizar o que significa, a luz deste texto, valorizar as novas gerações:

1-Entender e assumir a responsabilidade em relação a ela – Sempre que penso no tema de valorizar as novas gerações me vem claramente a mente a lei da semeadura. A próxima geração colherá os frutos das sementes que plantamos hoje em suas vidas. Os pais têm sob seus ombros o dever de cuidar de seus filhos. A responsabilidade de transferir o legado do temor do Senhor para os filhos é minha como pai e eu não posso ser omisso. Muitos não têm o mínimo senso de continuidade. Os nossos filhos serão a próxima geração de cidadãos, cônjuges, políticos, crentes, pastores e lideres - e que tipo de pessoas estamos produzindo?
Quando Deus quando fala a Ezequias para colocar em ordem a sua casa (II Reis 20) estava na verdade fazendo-o atentar para além de seus dias, para a próxima geração. Em outras palavras, Deus estava dizendo Em breve você vai morrer! Embora tenha trazido grande avivamento nos seus dias, tendo muitas conquistas,  se continuar assim seu filho assumirá o trono e acabará com tudo que você construiu. Ezequias, porém não teve o mínimo senso de continuidadediante da palavra do profeta Isaias em (II Reis 20.12-19)  “vão acabar com tudo, tomar as riquezas, seus filhos serão castrados, e humilhados terão que servir na corte de outro”  ele vergonhosamente responde no V.19 “Boa é esta palavra, porque nos meus dias haverá paz” – Tais palavras corrobora o fato de que ele não estava nem um pouco preocupado com a próxima geração.
 A consequência de sua negligência foi obvia. Ao morrer, seu filho Manasses então com 12 anos assume o trono de Israel e a maioria dos teólogos é unânime em dizer que ele foi o pior de todos os reis.  É isto que pais sem senso de continuidade e lares desajustados e em desordem produzem: pessoas como Manassés.
Precisamos abrir os olhos e perceber que somos parte de algo maior do que nós mesmos Nossa omissão como pais, educadores, cristãos custará muito caro, pois não só comprometerá nossa geração, mas acabará com a próxima.

2-Transmitir os princípios e valores inegociáveis da Palavra de Deus – Aqui depois da conquista de Canaã os Israelitas mudaram o foco. Durante a peregrinação no deserto, ensinavam seus filhos acerca da Lei, do compromisso de dependerem de Deus, das promessas do Senhor, dos Feitos do Deus de Israel. Agora na Terra prometida o objetivo era ensinar seus filhos a como cultivarem e manterem a terra. O foco da família deixou de ser os valores, princípios da fé e passou a ser as propriedades. O valor econômico substituiu os valores e princípios espirituais. O resultado foi uma geração sem compromisso com o Senhor e que cedeu aos encantos de “Baal” o deus da terra e “Astarote” a deusa da fertilidade e do prazer. Isto aconteceu porque a nova geração aprendeu que os valores econômicos estavam acima da obediência a Deus. Viram seus pais deixarem de obedecerem a Deus para terem lucro usando o povo da terra como escravo, quando o Senhor pediu para expulsá-los.
Escute bem, quando uma geração não paga o preço da obediência, quando deixa claro que há alternativas ao que Deus estabeleceu, a geração seguinte cresce sob a máxima de que não há valores absolutos, tudo é relativo.
O que sustentará a próxima geração e a preservará da corrupção moral, da deterioração de suas famílias, da apostasia e do abandono do Evangelho de Jesus Cristo são os princípios éticos, morais e espirituais saudáveis que lhes deixamos como legado. Não se preocupe tanto em deixar carros, apartamentos, terras, poupanças gordas para seus filhos. Preocupe-se em lhes transmitir os valores e princípios da Palavra de Deus.
Em Prov. 22:6 temos a seguinte orientação: “Ensine seu filho...” Em outras palavras, são os conteúdos que ensinamos aos nossos filhos que os preservarão no caminho reto mesmo diante da sedução de caminhos tortuosos e que desembocam na morte. Nós não conhecemos o futuro, nem poderemos controlar os lugares aonde nossos filhos irão e nem as pessoas com quem se relacionarão, mas podemos ensinar princípios e valores que lhes darão recursos para poderem fazer boas escolhas.
Portanto, precisamos tomar a atitude e assumirmos o compromisso que o salmista teve no Sl 78:1-4 “ O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais não encobriremos a seus filhos; contaremos à geração vindoura os feitos do Senhor, seu poder e as maravilhas que fez”

3-Fornecer-lhes modelo e referencial de vida e conduta – John Maxwell “Nós ensinamos o que sabemos, mas reproduzimos o que somos”. O valor que esta geração mais procura não é perfeição, mas coerência. Precisam ver em nós coerência entre o que ensinamos e o que vivemos. Precisam ver o evangelho encarnado em nós.   Aplicado nas mais variadas dimensões de nossas vidas.
 Você já parou para pensar que a nação de Israel teve grandes líderes que fizeram coisas extraordinárias neste período, mas foram incapazes de produzirem novos líderes? Sabe por que isto aconteceu? Porque grandes líderes não se forjam com discursos; não se forjam com revelações; não se forjam em batalhas; os grandes líderes se forjam na “porta da tenda” de outros grandes líderes. Foi o que aconteceu com Josué em relação a Moisés. Moisés investiu vida, na vida de Josué. 
Mais do que Tutores ou professores de Bíblia, de moral, de ética, de religião as novas gerações precisarão de modelos, de referenciais de conduta. De espelho, de exemplos a serem imitados, de padrões a serem reproduzidos. Não é dizer olhe para Abraão, Davi, mas olhe para mim, caminhe comigo! Isto toma tempo, dá trabalho, mas é o único caminho se queremos imprimir na nova geração paixão espiritual.
Portanto, pais invistam vida na vida de seus filhos. Chame-os para perto. A final de contas é no Lar, no ambiente de casa, nas conversas, na disciplina, nos telefonemas, na conduta, na vida conjugal é lá que lançaremos os fundamentos que servirão base para futuros lares ajustados e felizes de nossos filhos.

Conclusão: Nós valorizamos as novas gerações quando nos conscientizamos de nossa responsabilidade diante delas; quando ensinamos os princípios e valores da Palavra de Deus mesmo que tenhamos que pagar o preço e, sobretudo, quando os encarnamos o Evangelho em nossa vida.
O melhor presente que podemos dar a próxima geração é um coração apaixonado por Jesus, mas isto só será possível se tivermos este coração. Que não sejamos censurados pelo Senhor e responsabilizados pela próxima geração de negligência por não ter-lhes ensinado o caminho que deviam andar!
Que o Senhor nos abençoe!

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