CAPÍTULO 3: “Os Que Te Guiam Te Enganam, E Destroem O Caminho Das Tuas Veredas”


Neste capítulo Isaías prediz que, por causa da desobediência, Judá e Jerusalém seriam punidas com fome, opressão, insolência, pobreza e conflitos entre eles. O Senhor Jesus Cristo apela por e julga Seu povo. As filhas de Sião, tanto da antiguidade quanto da época de hoje, serão amaldiçoadas e atormentadas por causa de seu mundanismo. Néfi no Livro de Mórmon cita este capítulo por completo—compare 2 Néfi 13.
Esta profecia foi cumprida na antiguidade com a destruição de Israel pela Assíria e, mais tarde, a destruição de Judá pela Babilônia. Líderes governamentais e religiosos, soldados, artesãos e mestres—a maioria homens—foram levados cativos ou assassinados. Um número pequeno de sobreviventes, quase todos mulheres e crianças, foram deixados desamparados em sua terra. O que resultou em fome, anarquia e pobreza; mulheres e crianças foram deixados como governantes da terra.[1] Somos advertidos nos últimos dias de que o Senhor não permitirá que Seu povo permaneça por muito tempo em iniquidade. O materialismo extremo, o orgulho e grande iniquidade que vemos na sociedade de hoje são precursores para o julgamento, destruição e humilhação preditos.
No versículo 1 o Senhor proclama que Ele causará uma severa escassez sobre Judá e Jerusalém: “Porque, eis que o Senhor, o SENHOR dos Exércitos, tirará de Jerusalém e de Judá o sustento e o apoio; a todo o sustento de pão e a todo o sustento de água” — Várias escassezes históricas cumpriram esta profecia, inclusive aquelas dos séculos sétimo a.C. e sétimo d.C.[2] As escassezes preditas para os últimos dias, antes da Segunda Vinda de Cristo, são de grande significância para nós.[3]
É costume em muitas culturas que quando uma pessoa é colocada na prisão, a responsabilidade recai nos familiares e amigos de prover comida, água e roupas para ela.  O Senhor lembra à Judá e à Jerusalém, através desta analogia, que são tão dependentes Dele para seu sustento quanto um prisioneiro é dependente sobre aqueles fora de sua cela.
Novamente neste versículo a frase “Senhor, o SENHOR dos Exércitos” foi usada.[4] Aqui se denota a força e poder do Senhor como o comandante de exércitos inumeráveis; tendo, sem dúvidas, o poder de controlar a chuva e a colheita.
Nos versículos 2 e 3, Isaías descreve todos aqueles que se humilharão por causa da fome, enviada devido as suas iniquidades. O versículo 2 declara: “O poderoso, e o homem de guerra, o juiz, e o profeta, e o adivinho, e o ancião” — Note que Isaías aqui incluiu “o adivinho”, que significa aqueles que preveem o futuro, mas não pelo poder do Senhor. Se eles pudessem prever o futuro de acordo com o conhecimento e poder Senhor, eles serviriam diligentemente e guardariam Seus mandamentos.
O versículo 3 continua: “O capitão de cinquenta, e o homem respeitável, e o conselheiro, e o sábio entre os artífices, e o eloquente orador” — Todos são iguais perante a Deus; todos serão igualmente punidos por suas corrupções.
As condições que Isaías descreve da antiga Jerusalém—que resultaram na derrota da cidade e captura do povo por potências estrangeiras—são exemplos das condições prevalente nos últimos dias entre os ímpios.
Como somos advertidos pelo profeta Amós, nem todas as fomes são de pão e água:
“Eis que vêm dias, diz o Senhor DEUS, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR.
“E irão errantes de um mar até outro mar, e do norte até ao oriente; correrão por toda a parte, buscando a palavra do Senhor, mas não a acharão.”[5]
Isaías sugere uma fome de ouvir a palavra Senhor, em conjunção com a fome de pão e água ao mencionar “o juiz, e o profeta, e o adivinho, e o ancião [que significa autoridade eclesiástica], o homem respeitável, e o conselheiro, e o sábio entre os artífices, e o eloquente orador” que se envolve em esforços mentais, espirituais e consciente, que são muito diligentes em obter a palavra Senhor. O Senhor se comunica com Seu povo com a condição de retidão pessoal, através do Espírito Santo.[6] Uma fome espiritual se resulta da iniquidade prevalente, não de uma ação impetuosa do Senhor.[7]
No versículo 4, o Senhor declara: “E dar-lhes-ei meninos por príncipes, e crianças governarão sobre eles” O Livro de Mórmon apresenta assim: “E dar-lhes-ei mancebos por príncipes e crianças governá-los-ão”.[8] O jovem e os inexperientes, ou aqueles com um conhecimento imaturo sobre as leis de Deus e dos imperativos morais, serão líderes. Somos lembrados de cenas terríveis, como as que se passaram na Camboja no final dos anos 70, onde crianças perambulavam em busca de “inimigos do povo”, ao encontrarem aqueles que sabiam ler ou tinham alguma outra habilitação além de agricultor, essas crianças os condenavam a execução pelas mãos de revolucionários comunistas Pol Pot. Podemos antecipar mais destas atrocidades no futuro.
O versículo 5 descreve as consequências caóticas do domínio de pessoas que não conhecem as leis Deus ou que não tem um alicerce moral desenvolvido: “E o povo será oprimido; um será contra o outro, e cada um contra o seu próximo; o menino se atreverá contra o ancião, e o vil contra o nobre”. Esta passagem descreve a anarquia evidente em bairros urbanos, que se espalharão até engolfar toda a terra. Podemos ver o cumprimento desta profecia neste versículo em nossas cidades, onde a criminalidade, violência de quadrilhas de marginais e terrorismo se espalharão por toda terra. Outro cumprimento desta profecia são as rebeliões comunistas mundiais, onde os lavradores (o proletariado) se organizam contra os donos de propriedades (a burguesia). A maior parte dessas condições acontecem por causa de leis injustas que enfraquecem o respeito pela lei e ordem, pela unidade da família, pela ética de trabalho e pela vida em geral.  O desrespeito ou insolência— “o menino se atreverá contra o ancião” —é prevalente em nossa sociedade.
Nos versículos 6, 7, e 8 continua a predição dos resultados de líderes que desconhecem as leis de Deus. O versículo 6 começa: “Quando alguém pegar de seu irmão na casa de seu pai, dizendo: Tu tens roupa, sê nosso governador, e toma sob a tua mão esta ruína”. O Livro de Mórmon apresenta assim: “e não deixes que esta ruína venha sob tua mão”.[9]
O versículo 7 continua: “Naquele dia levantará este a sua voz, dizendo: Não posso ser médico, nem tampouco há em minha casa, pão, ou roupa alguma; não me haveis de constituir governador sobre o povo”. Aqueles capazes de uma liderança moral se retiram ou declinam servir, para que não sejam culpados da ruína trazidas pela completa iniquidade, violência e escassez. O significado em hebraico é “Eu não posso curar suas feridas” (resolver seus problemas).[10]
Versículo 8 declara: “Porque Jerusalém está arruinada, e Judá caída; porque a sua língua e as suas obras são contra o Senhor, para provocarem os olhos da sua glória”.[11] Isaías resume a causa da ruína como fazendo o mau contra o Senhor, conscientemente, provocando Sua ira.

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